quinta-feira, 6 de maio de 2010

Estudando... Navegação batimétrica

Importante saber

Outro dia eu tentei navegar utilizando o ecobatimetro, foi super bacana, deu quase tudo certo, desviei pouco do rumo, pois as profundidades eram sempre muito parecidas, então nada como estudar mais e se aperfeiçoar nesta técnica de navegação, que é considerada moderna ainda nos dias de hoje, as cartas são repletas de linhas isobatimétricas... vamos la, vale a pena ler!!!
A Navegação Batimétrica pode ser definida como o ramo da navegação que utiliza a topografia submarina para obter dados de posicionamento do navio, a partir do retorno de ecos sônicos ou ultra-sônicos refletidos pelo fundo do mar, mesmo em grandes profundidades.
Embora muito útil também para navios de superfície, a Navegação Batimétrica é empregada especialmente por submarinos, que, quando submersos em profundidades maiores que a cota periscópica, ficam virtualmente impedidos de receber informações de navegação transmitidas por ondas eletromagnéticas, que quase não penetram no meio aquoso (como vimos, apenas as ondas de ELF e VLF, utilizando potências muito elevadas, conseguem penetrar nas camadas superficiais do mar). Nesta situação, a Navegação
Batimétrica, usando ondas acústicas, que se propagam vantajosamente no oceano, constitui um método de navegação de valor inestimável, capaz de fornecer um meio de posicionamento baseado nas feições do fundo do mar.
Para a prática da Navegação Batimétrica são produzidas Cartas Batimétricas especiais. Essas cartas são, essencialmente, cartas de relevo submarino e se assemelham às cartas topográficas terrestres, onde as isóbatas, ou isobatimétricas, correspondem às curvas de nível do relevo, dando uma noção precisa da topografia do fundo e das cotas do relevo submarino. A Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) publica uma série de Cartas Batimétricas especiais, de uso controlado, restrito aos nossos submarinos. O navegante deve ser capaz de identificar nas Cartas Batimétricas as marcas principais do relevo submarino que possam ser usadas na navegação, tais como montanhas submarinas, escarpas, bancos oceânicos, “canyons” submarinos, picos submersos,
fendas e fossas, além de outras feições importantes da topografia do fundo, como a plataforma continental, o talude continental e a margem continental (figura 38.20). Estes acidentes podem ser identificados através das informações do ecobatímetro, proporcionando excelentes elementos para auxiliar no posicionamento do navio.
As isóbatas, traçadas a intervalos de 100 metros, correspondem às curvas de nível da topografia do fundo e indicam as cotas do relevo submarino. Na ilustração (b), é apresentada uma vista de perfil da seção indicada em (a), onde pode ser visto o cume de um monte submarino (ou banco oceânico) e um “canyon” a ele adjacente. A figura 38.22 mostra o Canyon de Salvador.

As Cartas Batimétricas apresentam, através das isóbatas, a topografia do fundo com um elevado grau de detalhe, o que as distingue das Cartas Náuticas convencionais, que proporcionam apenas uma visão geral do relevo submarino, pelo uso de isóbatas bastante espaçadas. Na figura 38.23, por exemplo, é apresentado um banco oceânico com 130 metros de profundidade; na ilustração (a), é mostrada a representação do banco em uma Carta Náutica convencional, onde estão traçadas apenas as isóbatas de 500 metros e 250 metros, além de indicado o cume do banco, a 130 metros de profundidade. Na ilustração (b), está mostrado o mesmo acidente, representado em uma  Carta Batimétrica, onde estão traçadas as isóbatas com intervalo de 50 metros. A figura apresentada nessa carta mostra, de forma muito mais evidente, a configuração
do mesmo acidente submarino, representando-o de maneira mais propícia para a Navegação
Batimétrica.

A figura 38.24 mostra um trecho de uma Carta Batimétrica na qual o intervalo entre as isóbatas traçadas é de 1 metro. Note-se que a topografia do fundo é apresentada com uma grande riqueza de detalhes.






É isso ai pessoal, estudar sempre, mesmo aquelas coisas que achamos que nunca vamos utilizar.

Câmbio, desligo!

2 comentários:

  1. Oi Fábio tudo bem?
    Gostaria de te perguntar uma coisa. Como posso saber o que corresponde "a partir da isóbata de 50 metros de profundidade". Eu consigo traçar um polígono? Minha área de atuação é o litoral norte do Brasil.
    Um abraço, Rita Barreto

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