quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Vejo seus olhos nos faróis de meu carro,a noite eles sempre brilham mais


Eu me lembro bem de tudo o que ja fiz, estudei, das navegações, lembro bem desse cachorro ai do lado, la em Paraibuna, quando remei muitas e muitas milhas, por vezes em círculos, a busca do peixe que não existia, em busca do peixe perfeito demais para existir, mas um peixe só é perfeito demais quando atende a todas as nossas necessidades, não é mesmo ?
Neste dia em Paraibuna eu comecei a entender a vida de uma outra forma, comecei a entender que a imperfeição normalmente esta dentro de nós, e é por conta disso que muitas vezes deixamos de atingir nossos objetivos.
Esta onda ai do lado, olha pra ela, olha bem pra ela, neste momento eu pensei, como pode, em uma represa eu ser pego por esta onda, ela não deveria estar aqui, agora vou ter que manobrar o caiaque para não virar! isto esta errado, este não é seu lugar onda! o que você quer comigo ? eu tenho equipamentos caros a bordo, não posso perde-los. Hoje eu entendo, a onda estava la porque eu precisava dela, e ela de mim, para trazer uma nova experiência, um novo obstaculo vencido, nós temos que estar preparado para os desafios da vida a todo momento, não existe lugar nem data marcada para surgirem os desafios, e ainda bem que é assim, a vida seria monótona ao extremo se tudo fosse previamente planejado.

O dia dos golfinhos


Angra dos Reis, remando ao amanhecer, despretensiosamente, quando de repente eles surgem, brindando um amanhecer cinzento, do qual eu não esperava nada alem de exercitar meus braços, e sentir a sensação do balanço do mar, suave mar de Angra. Eis que surgem diversos golfinhos, pulando ao redor do caiaque, mostrando que mesmo em dias cinzentos coisas belas podem acontecer, a mim, bastou apenas apreciar aqueles seres que tem todo o oceano pela frente, toda a liberdade de um oceano e mesmo assim preferem andar juntos, os golfinhos são seres que tem muito a nos ensinar, pela forma que eles vivem, que eles brincam, que eles superam os desafios dos mares mais selvagens do mundo, pois o mar é um lugar perigoso para os peixes, a lei da sobrevivência na sua forma mais selvagem.

Salesópolis


Nada foi como Salesópolis esse ano para mim, eu fiz a navegação noturna, remando até a madrugrada, experiência fantástica e reveladora, a superação dos limites, o frio, o medo, o desconhecido, o inesperado, os perigos naturais e os perigos do homem, tudo ao mesmo tempo me assombrando, mas a superação veio, e tambem ajudou a formar uma nova forma de ver o mundo.
Depois foi a travessia, o dia da travessia de Salesópolis foi determinante no que se refere a alcançar os objetivos, determinação, organização e vontade! boa fé. Se adaptar as situações, as vezes precisamos mudar o rumo para chegar no objetivo final, precisamos até mesmo seguir por trechos nunca desejados para depois retomar o rumo correto e seguir em frente, é um desvio de rota, fato. 
Mas desvios de rota podem ser necessários para não colidirmos, desvios de rota sempre são dolorosos, pois trazem incertezas, incertezas porque nós estudamos a rota apenas, e não seus desvios. Não apenas a solidão durante a navegação assolou naquele dia, mas tambem a solidão a noite, chegando em casa, só que o dia da travessia foi tão mágico que eu embora sozinho não me senti solitário, mesmo tendo feito um peixe, cozinhado, comendo sozinho em casa, eu fui recompensado, por ter conversado, dado risada, me divertido com alguem que sequer conhecia, e ofereceu preocupação e carinho gratuitos.
A vida é feita assim, tudo o que oferecemos nos volta de uma forma ou de outra, por vezes demora a acontecer, por vezes acontece e não vemos, mas quando acontece e nós percebemos, não podemos nunca deixar passar, sempre evoluindo, sempre progredindo, ao mesmo tempo que a natureza nos da a vida, nos da o ar, a agua, nós temos que retribuir de alguma forma, é a lei da ação e reação.

E quanto ao futuro, excepecional, tenho certeza:

"Vejo seus olhos nos faróis de meu carro,a noite eles sempre brilham mais"


Câmbio, desligo!

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